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Muitos hoje querem estar discipulando, porém não podem fazê-lo pelo fato de não terem sido aprovados nas qualificações exigidas para esse fim. Temos visto que existe uma espécie de hereditariedade atuando dentro deste princípio de discipulado. Observamos que pessoas desestruturadas, inconstantes, e, portanto, desqualificadas para discipular, quando se ligam a outras, novas na fé, ainda frágeis e maleáveis, reproduz  nos mais novos os seus defeitos e suas  debilidades, e muitas vezes, até os seus próprios escândalos. Há líderes orgulhosos formando discípulos orgulhosos e independentes, que atuam no nível natural. Seus princípios perniciosos, nocivos e perigosos, por serem contrários à obra da Cruz, são reproduzidos integralmente nestes discípulos que, ávidos por receberem de Deus, acabam sendo formados por uma liderança inepta. Vemos então que esse princípio de hereditariedade pode ser canal de benção ou de maldição. Mas não devemos pensar em abandonar o discipulado pelos riscos; antes; devemos começar a formar uma liderança aprovada em seu caráter e revelação da doutrina bíblica. Quer queiramos, ou não, o processo que conduz a uma vida cristã genuína é o formativo, e não apenas informativo, que predomina na maioria das igrejas. Se deixarmos que os novos na fé cresçam por si mesmos, eles diretamente crescerão, mas com uma série de defeitos de caráter que dificilmente serão corrigidos.

Percebemos que a falta de discipulado pode gerar tantos problemas quanto um discipulado feito por líderes desqualificados, que passam a seus discípulos, pelo princípio da hereditariedade, os mesmos problemas que eles próprios possuem. Mas, afinal quem pode discipular? Quais as qualificações de um discipulador?

 

Qualificações quanto à conduta – O discipulador deve ser irrepreensível e aprovado, tem que ter todas as áreas de sua vida debaixo de cobertura. Não que deve ser perfeito, mas deve caminhar nos princípios anteriormente estudados. Deve estar sendo discipulado, de maneira que não aja de forma independente e nem faça somente o que quer e como lhe apraz, deve estar totalmente submisso e vinculado a alguém.

O discipulado é uma rede de proteção da igreja, pois existem áreas na nossa vida, que só se tornam visíveis quando somos confrontados no discipulado.

O discipulador aprovado é aquele que está sendo tratado em todas as áreas de sua vida, de maneira que não haja nada oculto, que ele procure esconder ou disfarçar, antes estão sendo corrigidas, melhoradas ou mudadas pelo acompanhamento do discipulador.

Esse líder aprovado tem a capacidade de formar um discípulo e entender o momento certo, para que seu discípulo acompanhe outras pessoas, e sempre deve manter esse vinculo acompanhando como a pessoa está se saindo na posição de autoridade sobre outrem.

 

Qualificações naturais – Na família deve ser alguém que possui um bom relacionamento com os pais e irmãos, e, caso seja casado, deve ter seu lar bem estruturado. Na igreja deve estar atuando no lugar que foi designado. No trabalho, é importante que tenha uma vida financeira equilibrada, e seja reconhecido no meio profissional por seu caráter cristão, assim como nos relacionamentos sociais, na área moral, no lazer, na corte, caso seja solteiro, no uso do seu tempo, na vida devocional, nos estudos, e assim por diante.

A vida moral deve ser tratada para que não haja brecha para escândalos. Ser ensinável, fiel, submisso, e andar nos princípios da Cruz.

A vida prática tem que testificar o que eu ensino, pois discipulado é transferência de vida, um trabalho de formação. Não apenas ensino a Bíblia, e a vivo junto com meu discípulo.

 

Qualificações espirituais – Essas qualificações são a base para que as qualificações naturais sejam alcançadas. É bom, no entanto, não separarmos a vida natural da espiritual, toda vida espiritual deve ser percebida no natural.

O discipulador deve ser totalmente livre do poder do pecado, não é apenas tentativa para ser livre, mas ser de fato liberto do poder atrativo do pecado. Vemos pessoas que não produzem escândalos, mas que vivem num verdadeiro pavor de caírem em pecado. Elas ainda não se apropriaram do poder da Cruz, nem da sua morte por fé. Essas pessoas não podem discipular outras, pois não são confiáveis, pois existem brechas espirituais em sua vida e é certo que demônios vão se valer delas. Dependendo do tipo de brechas, isso se torna uma possibilidade de escândalos. Por exemplo, alguém que ainda não se libertou completamente do homossexualismo não pode tratar com alguém que tem a mesma brecha.

A vida de Deus que atrai outros a si – Outro princípio espiritual fundamental é que o discipulado deve ter revelação da vida com Deus. É essa vida que vai fazer toda diferença.

Não basta ter o dom de liderança e ser cheio de talentos naturais; é preciso ter realidade de vida. Ser um canal pelo qual o Espírito Santo se move é fundamental, pois quando falamos alguma coisa, é necessário que falemos com vida. Existem muitas relações de discipulado falso, relações superficiais, onde o discipulador não permite que o discípulo experimente da sua vida com Deus. E isso acontece porque sabem que sua realidade de vida é fraca. Se discipular é passar vida, isso não é algo natural, mas sim espiritual.

Ser uma pessoa espiritual – O discipulador aprovado anda no princípio da Cruz, na dependência do Espírito Santo. Não reivindica seus direitos, não briga por suas razões, não busca estar em primeiro lugar, mas é profundamente quebrantado. Pessoas que não andam por esse princípio são muito perigosas, pois irão explorar discípulos, manipular a vida dos outros, e assim por diante.

Por fim, o discipulador é alguém que depende de Deus nos vínculos que forem formados. Não é apenas estando junto que o Espírito Santo vai agir, o discipulador deve entender a situação em que está e confrontar com autoridade. Só quando o discipulador conduz a conversa na direção que o Espírito Santo quer levar, é que o discípulo será confrontado pelo poder e pela luz profunda da palavra. Somente o Espírito Santo pode conhecer as necessidades do discípulo, por isso, o discipulador precisa reconhecer sua incapacidade para perceber essas questões e reconhecer também sua necessidade de depender de Deus.

 

Qualificações quanto à visão – Muitas pessoas querem fazer discipulado sem entender o que isso significa; não entendem o que de fato querem, de onde dever sair e para onde devem ir. Acham que discipulado é simplesmente juntar um monte de pessoas e lhes ensinar algo. É preciso viver o discipulado para entender e para saber onde levar as pessoas. É preciso saber a diferença entre princípios e métodos.

Os princípios são padrões gerais que se praticam em situações diferentes. Os métodos são usados dependendo das contingências especificas do momento e do lugar. Os métodos podem variar de acordo com o estilo de cada um, mas os princípios são imutáveis. Não adiantar copiar os métodos de determinada igreja, deve- se estar aberto para aprender com outros irmãos os princípios nos quais eles têm entrado, e buscar em Deus o melhor método para sua realidade.

Não importa se o discipulado será um a um ou em grupo, o que importar é seguir os princípios imutáveis do discipulado.

Então, finalmente, quem é o discipulador? Alguém cuja vida espiritual deu certo, e cuja realidade de vida é aprovada e reconhecida. Não é uma pessoa perfeita e infalível. Ele é um homem passível de erros, mas é totalmente quebrantado e provado por Deus.

Muitos não estão abertos para serem tratados e aprovados, mas querem “trabalhar para Deus”. Devemos duvidar desse ”trabalho”, pois o que pensa ser “obra de Deus” é obra do próprio ego. Pessoas assim não podem fazer nada na casa de Deus, pessoas que não são discipuladas não podem exercer qualquer função na igreja, nem aquelas consideradas mais simples e elementares, pois um líder mal constituído traz: divisão na casa de Deus, tristeza, juízo e vexame.

Princípios espirituais que herdamos no verdadeiro discipulado.

Há pelo menos três princípios espirituais envolvidos no discipulado.

 

A herança do manto – É totalmente correta a expressão popular ”filho de peixe, peixinho é”; ou aquela ”diga-me com quem andas, e direi quem és”; ou ainda ”tal pai, tal filho”.

Chamamos de herança do “manto” todas as características ministeriais, e, em especial, a unção herdada pelo discípulo. Vemos fortemente isso na Bíblia. Josué herdou o estilo, a visão, a unção, o ministério e autoridade de Moisés; Eliseu herdou o manto de Elias; Timóteo, Apolo, João Marcos, Tito e outros herdaram de Paulo. Muitas vezes herda-se até os extremos e falhas de caráter (2 Reis 2. 9-14).

 

Mesmo Espírito – A Bíblia diz que Deus tirou do Espírito que estava sobre Moisés e colocou sobre os homens escolhidos para ajudá-lo. Isso fala de termos todos, a mesma alma, mesma visão e a mesma maneira de resolvermos as coisas. Ter o mesmo espírito é ter a mesma disposição e mesma maneira de pensar. Por isso o discipulado é o meio de termos unidade e segurança na obra de Deus. Ter o mesmo espírito é a conseqüência do discipulado e um dos princípios espirituais. Após algum tempo, vinculado a alguém, vemos o discípulo cada vez mais parecido com o discipulador.

 

Reprodução de modelo – O modelo que elegemos e que temos praticado é o que vamos reproduzir; seja o estilo, a visão, a intensidade e o modo de agir. Aquilo que temos diante dos olhos é o que praticamos. Se tivermos mediocridade diante de nós, é mediocridade que reproduziremos. Por isso, todo o cuidado para com o discipulado, para que formemos obreiros segundo o modelo que temos recebido de Deus.

 

Questionário.

 

  1.  Quais as qualificações um discipulador deve ter?

  2.  Fale sobre as qualificações pessoais e quanto à conduta.

  3.  Como deve ser as qualificações naturais e espirituais?

  4.  Como ter uma vida que atrai outros para si?

  5.  O que é ser uma pessoa espiritual?

  6.  Resuma as qualificações quanto à visão.

  7.  O que herdamos no verdadeiro discipulado? Comento cada tópico.

Aula 4 - A Qualificação do Discipulador

Seu esforço será recompensado por Deus. Hoje você terminou o quarto passo. Que alegria saber que você está seguindo com firmeza este estudo. Não esqueça de sempre colocar em prática o que aprendeu. Eu continuo acreditando em você! Pastor Marcos Rondon

Allan Marcel 

30 anos

" Jesus Cristo é a melhor coisa que já experimentei".

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