A RELAÇÃO DO DISCÍPULO COM O DISCIPULADOR
Leitura bíblica: Jo 5.19; Jo 8.29.
O fim do individualismo – A primeira atitude para um discipulado eficaz é abdicar do individualismo e das decisões unilaterais. Eu não vou mais caminhar só em nada. Eu era solitário; agora terei alguém para caminhar comigo, alguém para me amar, alguém que vai ma acolher, que vai receber minhas lágrimas, alguém para me entender e ouvir. Quando começamos a abrir mão da autodeterminação, sentimos a dor de dividir a individualidade e a privacidade com o discipulador. Esse é o primeiro custo. O diabo fatalmente tentará superdimensionar esse preço de maneira que as pessoas o vejam como pesadíssimo. Algum canal dirá: “Isto é manipulação”. Realmente em qualquer outro nível de relacionamento não caberia tal vínculo, mas no discipulado sim. É isso que vemos na prática de vida dos discípulos mostrados pela Bíblia, exceto na vida de Geasi, discípulo de Eliseu, que se meteu a caminhar sozinho, estando debaixo de uma aliança de discipulado, e se deu terrivelmente mal. Vemos, no entanto, um relacionamento aberto na vida dos discípulos do senhor, na igreja primitiva, e nos discípulos de Paulo. Esse compromisso, ao fim do discipulado, pode até desaparecer, mas sempre será praticado por nós com outra pessoa a quem devemos nos submeter como autoridade. Devemos nos submeter ao discipulado para prestação de contas.
Submissão ao discipulado – A segunda atitude que nos será pedida é um posicionamento, uma decisão de submissão ao discipulador. Em muitas situações em que minha opinião choca com a do meu discipulador, decido sempre ouvir a voz dele. Existem muitos crentes que dizem esperar um tratamento de Deus diretamente com eles, mas não querem ouvir o homem, mas não existe melhor forma de Deus tratar conosco que através da liderança constituída (Amós 4.7). Deus antes de falar com o povo, Ele falará primeiro com a liderança constituída. Esse é o preço que todo homem e mulher de Deus devem pagar. As pessoas que não vivem esse princípio têm sérios problemas de crescimento espiritual.
É mais do que obedecer, pois até o ímpio obedece a seus superiores. Num relacionamento de discipulado, eu posso até discordar, porém, interiormente, eu aceito, eu me submeto. Isso é algo que acontece no nível do espírito. Eu abro o meu espírito para submeter-me, para aceitar, mesmo que choque com o que eu penso, opto por me submeter e aceitar a opinião e direção do meu discipulador. O rei Saul não entendeu isso. Na ausência de Samuel, a decisão mais prudente, mais correta, aparentemente, seria ele mesmo fazer aquele sacrifício, pelo qual o povo todo esperava. Mas Deus não estava preocupado com a fazer e sim com o obedecer.
Toda autoridade é constituída por Deus, e nestes dias de restauração, Ele tem reconstituído a ordem das coisas em sua casa. Por quê? Porque se Deus constitui uma cadeia de autoridade, Ele vai falar, vai operar por meio desta cadeia de autoridade.
Deus não fala primeiro com o pé, para depois falar com a cabeça, para depois dar direção ao pé por qual caminho seguir. Deus não fala primeiro com a dona fulana, que está no último banco da igreja, sem antes falar com a liderança que estabeleceu sobre a dona fulana. O que ocorre hoje em dia são diáconos determinando o que o pastar deve fazer, seu João, o profeta dizendo onde a igreja deve abrir novas congregações; Dona Rosa, por revelação dizendo qual conselho o presbitério deve dar a seu Pedro, e assim, existe uma verdadeira bagunça e confusão dentro da Casa de Deus; uma confusão de autoridades. Deus pode agir por esses tipos de canais? Claro que sim, mas quanta confusão! Quantos líderes surdos esperando recados e bilhetinhos de Deus por canais tortos! Isso não é o que Deus quer para Sua casa. Deus tem restaurado o lugar de autoridade em Sua casa e o canal para abençoar Seu povo com equilíbrio, sem escândalos – é o canal da liderança. Assim, se eu me vinculo a alguém no discipulado, e reconheço tal pessoa como servo de Deus, que tem vida de Deus, que tem as qualificações necessárias para ser um discipulador. Se eu me submeto a essa pessoa. Deus vai falar com ela primeiro para depois falar comigo. Preciso estar atento a isso e ser submisso. O princípio de se ouvir individualmente a Deus está condicionado a estar debaixo de autoridade.
Todas as heresias nasceram de pessoas insubmissas que captaram um canal aparentemente de Deus. O pecado da insubmissão, rejeitando a autoridade de alguém levantado por Deus, é comparado ao de feitiçaria, por sua gravidade e semelhança, pois ambos atraem demônios. Por isso, pessoas rebeldes e insubmissas devem ser tratadas com rigor, a fim de que sua fermentação não contamine outros crentes incautos.
Andar na Luz (Leitura: Salmos 139.23) – A terceira atitude é uma decisão por andar na luz. O que é isso? É expor todas as áreas da minha vida, todos os campos da minha vida, ao conhecimento do meu discipulador. Toda minha vida financeira, o relacionamento conjugal, relacionamento com a liderança da igreja, relacionamentos no meu serviço, na minha vida íntima, meus pensamentos, as áreas nas quais tenho sido atacado, se há pecado, em quais pecados tenho sido vencido, se o passado ainda exerce alguma influência, que tipo de influência é. Se o meu emocional ainda clama em alguma área, se existe alguma frustração, temores, alguma acusação do diabo. Preciso me abrir. Devo me sujeitar ao vínculo de discipulado, abrir mão de me esquivar, de me esconder do meu discipulador, e de fugir do confronto. O terceiro custo é minha decisão voluntária de me abrir e compartilhar meu interior.
Entrar no padrão do discipulado – A grande atitude vivida num vínculo de discipulado é a decisão de entrar no padrão dado pelo discipulador. Discipulado é o caminho do crescimento, não é um entretenimento, uma distração interessante, uma programação agradável a ser cumprida periodicamente, bater um papinho de vez em quando. Vai, além disto. É o caminho do crescimento espiritual. Vou começar no nível do vale, subir a montanha e chegar ao cume. Terei um novo nível de entendimento, vitória, de clareza dos princípios da palavra. Nesse caminhar precisamos entender que entrar no padrão do meu discipulador, é reconhecer qual a palavra de Deus para minha vida. Para cada pessoa há uma palavra específica de Deus e o discipulador deve discernir qual o padrão exigido para cada pessoa. Isso é necessário para que não haja padrões inatingíveis e frustrações, ou padrões relaxados que induz a nada o crescimento. Se eu percebo que um discípulo tem potencial para ser conselheiro na casa de Deus, vou cobrar que ele desenvolva a fé, em oração, leia a palavra, se consagre e vou confrontando a que corrige suas atitudes erradas e se aperfeiçoe na vida cristã. E será cobrada uma atitude prática dela estar dando tempo de aconselhamento e estar chamando vidas para próximo de si.
Por que isso é um custo? Porque o padrão exigido pelo meu discipulador é um forte desafio, é desconfortável, vai exigir o abandono de posições comodistas, vai me empurrar, estimular e impelir a ir conquistar o que Deus tem para mim.
É desconfortável ser cobrado, se sozinho eu renderia 30%, com meu discipulador vou render 100%, vou ir muito mais longe do que iria sozinho.
Caminhar junto com o discipulador (leitura: 2 Reis 2.2) – O discípulo é um seguidor, não é possível vermos os frutos dos vínculos de discipulados, se não estivermos andando próximos uns dos outros. Nesse sentido, o discípulo precisa ter um privilégio que os demais irmãos não têm. ter livre acesso a seu discipulador, de procurá-lo na hora da necessidade, acompanhá-lo em tudo que for conveniente e espontâneo, fazer refeições juntos, praticar esportes, orar juntos e outras coisas. Essa prática única é uma das melhores formas de entendermos o discipulado.
Andar em aliança e fidelidade – É certo que todo discipulador deve estar disposto a perder na relação; é um desconforto para todo aquele que entra neste compromisso com a decisão de servir o reino apenas na formação de crentes maduros. É impossível entrar no discipulado sem uma alta dose de revelação e decisão em abraçar o princípio da cruz. Judas abandonou o discipulado quando Jesus mostrou suas fraquezas. Assim muitos irmãos quando confrontados abandonam os vínculos de discipulado. São verdadeiras libélulas crentes. Cada dia em um lugar, não se deixa tratar e desqualificam-se diante de si mesmos e da igreja de Deus.
Servir o discipulador nas coisas naturais (2 Reis 3.11) – A atitude básica de todos os discípulos é a humanidade, e se desejamos entrar num vínculo profundo de discipulado precisamos ter uma decisão firme em servir o discipulador em todas as coisas, com alegria. Servir é estar à disposição nas coisas que sou, que tenho e que posso fazer. Uma coisa, no entanto, é falar que se está à disposição, a outra é estar na espreita para, quando necessário, servir sem ser ordenado ou requisitado. Essa também só tem valor se for voluntária.
Questionário:
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Comente como deixar o individualismo.
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O que é submissão ao discipulado?
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O que é andar na luz?
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O que é e como entrar no padrão do discipulador?
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Por que caminhar junto com o discipulador?
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O que é andar em aliança e fidelidade?
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Como servir ao discipulador nas coisas naturais?
Aula 3 - A RELAÇÃO DO DISCÍPULO COM O DISCIPULADOR
Muito bem. Agora já estamos na metade do estudo de discipulado, e você aprendeu A Relação do Discípulo com o Discipulador. Faltam apenas 3 passos para você estar preparado (a) para assumir alguns ministérios no Corpo de Cristo ( Igreja ). Siga em frente, nós estaremos sempre ao seu lado te apoiando! Eu acredito em você! Pastor Marcos Rondon